quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Retrato a Sépia

Aurora teve uma vida repleta de momentos interessantes. Cada passo, cada escolha tem implicações no futuro. Por isso, a mais singela decisão, seja tomada pela personagem principal ou pelos seus familiares, determina o crescimento de uma criança que logo à nascença tinha o destino traçado.

A criança é fruto de um amor impossível. Como que por castigo, o seu nascimento dita a morte de sua mãe, a bela e irresistível Lynn. O pai, Severo del Vale, por entre várias adversidades rende-se a Nívea, a sua eterna apaixonada.

A criança cresce num ambiente cosmopolita e é educada por Paulina del Vale, a sua avó adorada. Aurora tem uma infância feliz, mas assombrada por pesadelos misteriosos. A criança torna-se mulher e rapidamente é obrigada a casar com um homem que espera amar no futuro e não no presente.

Um livro épico que debate a morte, o amor, a vida e a importância do passado na construção do futuro. A pouco e pouco, o leitor descobre as intenções escondidas de todas as personagens e acompanha a evolução sentimental de Aurora.

Há muito mais a contar sobre a vida de Aurora, mas jamais poderia desfazer a curiosidade e revelar os pormenores que apimentam este livro. De leitura atenta e cuidadosa, a narrativa deve ser acompanhada até à última palavra. Muitos segredos há para desvendar.

Iletradas
Autor     Isabel Allende
Publicação    2000
Editora    Difel
ISBN    9722905325

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

PerfIletrado: Nelson Motta

Nome Completo
Nelson Cândido Motta Filho

Nascimento 29 de Outubro de 1944

Biografia Nasceu em São Paulo, no Brasil. Com seis anos foi viver para o Rio de Janeiro. É um homem dos "seis ofícios": jornalista, compositor, escritor, guionista, produtor musical e letrista. 


Experiência Profissional Vencedor do Festival Internacional na Canção (1966). Lançou Marisa Monte no mercado musical. Produziu o festival Hollywood Rock. Autor dos sucessos musicais "Dancing Days", "Como uma Onda", "Coisas do Brasil", "Bem que se Quis" e "Um Novo Tempo". Produziu discos de Elis Regina, Marisa Monte, Gal Costa e Daniela Mercury. Director Artístico da Warner Music. Produtor da Polygram. Colunista nos jornais "Última Hora" (1968), "O Globo" (1973-1980; 1995-2000) e "Folha de São Paulo" (2003-2009). 

Obras Publicadas 
Noites Tropicais
Vale Tudo - O Som e a Fúria de Tim Maia
Nova York é Aqui
Memória Musical
Ao Som do Mar e à Luz do Céu Profundo
O Canto da Sereia 
Bandidos e Mocinhas
Confissões de Um Torcedor
Força Estranha

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

O Canto da Sereia

Sereia é a mulher perfeita. Num curto espaço de tempo salta para a ribalta e torna-se uma estrela famosa no Brasil. O drama começa quando, em pleno Carnaval, Sereia é morta a tiro em cima do palco.

É neste momento que entra em cena Agostinho Matoso ou Augustão, como é apelidado. Jornalista, detective e curioso. Características suficientes para começar a investigar esta morte misteriosa e bem planeada.



Completamente "às escuras", Agostinho interroga todas as pessoas relacionadas com a artista e, aos poucos, começa a descobrir a verdadeira Sereia que se escondia por detrás da fama. Uma simples investigação de um homicídio rapidamente se transforma num imbróglio de traições, adultérios e segredos profundos. Revelações inesperadas de vidas que se cruzam num final surpreendente.

Um livro de leitura simples e rápida, mas que, ainda assim, desperta um sentimento de curiosidade e ânsia pelo desvendar do crime. Nelson Motta apresenta uma escrita simplificada, provavelmente devido aos seus hábitos jornalísticos.


Iletradas
Autor     Nelson Motta
Publicação    2002
Editora    Palavra, Letras Tropicais
ISBN    9724141381

sábado, 20 de agosto de 2011

PerfIletrado: José Rodrigues dos Santos

Nome Completo
José António Afonso Rodrigues dos Santos

Nascimento 
1 de Abril de 1964





Biografia Nasceu em Moçambique. Aos nove anos muda-se para Lisboa após o divórcio dos pais, mas as dificuldades económicas levam-no a viver com o pai, em Penafiel. Mais tarde vai para Macau, onde elabora um jornal escolar que lhe deu prestígio e impulsionou uma entrevista por Judite de Sousa. Começa a actividade jornalística aos 17 anos ao serviço da Rádio Macau. Familiarizou-se com a Guerra Colonial e os seus antepassados estiveram ligados à Primeira Guerra Mundial. "A Filha do Capitão" é um tributo a este acontecimento histórico.


Experiência Profissional Curso de Comunicação Social da Universidade Nova de Lisboa (1983). Estágio de três meses na BBC, em Inglaterra. Primeiro Ensaio do Clube Português de Imprensa (1986). Prémio de Mérito Académico, do Clube Americano de Lisboa (1987). Jornalista da BBC (até 1990). Colaborador da CNN (1993-2002). Grande Prémio de Jornalismo (1994). Jornalista e apresentador da RTP (1991 até hoje). Participou na Primeira Guerra do Golfo e já foi Director de Informação da RTP.

Obras Publicadas 
Comunicação (1992)
Crónicas de Guerra I - Da Crimeia a Dachau (2001)
Crónicas de Guerra II - De Saigão a Bagdade (2002)
A Verdade da Guerra (2002)
A Ilha das Trevas (2002)
A Filha do Capitão (2004)
O Codex 632 (2005)
A Fórmula de Deus (2006)
O Sétimo Selo (2007)
A Vida num Sopro (2008)
Fúria Divina (2009)
O Anjo Branco (2010)

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

A Filha do Capitão

Um livro. Duas histórias que se fundem numa só.

A vida de Afonso podia ser um filme ou uma novela, mas para já é apenas um livro. Ainda jovem, apaixona-se por Carolina, mas, como é rapaz de poucas posses, a mãe da pretendida paga-lhe os estudos num Seminário em Braga, onde se apaixona pela Filosofia.

De regresso a Lisboa, reencontra Carolina e o amor reacende-se. Contudo, Isilda, a mãe da jovem, rapidamente trava a paixão, enviando Afonso para o Exército. No regresso, mais uma vez, depara-se com uma notícia inesperada: Carolina está noiva de um rapaz de boas famílias.

Agnés teve uma adolescência normal. Nasceu em Lille e estudou Medicina.  Entretanto, conhece Serge, com quem acaba por casar. Passados três meses, o seu esposo morre na I Guerra Mundial e Agnés fica viúva com apenas 23 anos. E, porque a vida não pára, pouco tempo depois volta a casar, desta vez com o Barão Redier, que a ajudou finda a guerra.

É na mansão do novo casal que Afonso conhece Agnés. A paixão é imediata e o desejo de desvendar o mistério daquele mulher é inevitável. O Barão acaba por descobrir o "affair", mas Agnés foge para os braços de Afonso. É com base nestes factos que se inicia a história de um amor à distância, com barreiras de betão devido à guerra.

Em paralelo à história das personagens, "A Filha do Capitão" debate diversos temas da sociedade actual, como, por exemplo, a existência de Deus, a invenção de uma guerra e a futilidade da morte patriótica. O livro promove a reflexão sobre a guerra e o papel do Homem na sua própria vida ("Mata um homem por dinheiro e és um criminoso. Mata mil homens por uma ideia e és um génio"). Para além disso, retrata o quotidiano dos soldados portugueses, numa guerra injustificada e de sofrimento para jovens e famílias. O Exército Português é caracterizado como frágil e gozado por todos.

Um livro épico que ajuda a compreender o passado e desperta a reflexão sobre o futuro.

Iletradas
Autor     José Rodrigues dos Santos
Publicação    2004
Editora    Gradiva
ISBN    9789726629948

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

OpIletrado: Quanto custa ler em Portugal?

Se entrarmos na FNAC, na Bertrand ou em qualquer outra livraria e perdermos um minuto para efectivamente observar os preços estampados na contra-capa dos livros, rapidamente nos apercebemos de que os algarismos se traduzem numa excentricidade.

Romances, Biografias, Livros de Bolso. Seja qual for o nosso gosto literário, o desgosto no preço é uma constante. Muitos dizem que é urgente uma nova alfabetização. Desta vez, não se trata de ensinar a ler e escrever, mas a saber ler, interpretar e escrever. O hábito da leitura deve ser transmitido às crianças, sobre este facto todos concordamos. Ultrapassada esta barreira, como sustentar posteriormente este hábito?

A leitura evolui com o crescimento. Os interesses mudam. Os gostos literários consolidam-se. Ainda assim, quem aprecia livros sabe que as páginas se devoram num abrir e fechar de olhos. Esta situação leva-nos ao verdadeiro paradigma: o leitor apaixonado anseia pelo próximo livro, pela próxima história, mas depara-se  com uma despesa elevada ao fim do mês.

Apesar de existirem Feiras do Livro por todo o país, os "saldos" ou "promoções" não se assemelham a tal. Muitas vezes, os livros permanecem caros. E, pior do que isto, inúmeros livros de autores nacionais são ainda mais dispendiosos do que a Literatura Estrangeira. Nem os livros de bolso escapam a esta realidade.

Para quem, tal como eu, entra numa livraria e tem vontade de levar todas as prateleiras para casa, é inevitável o aparecimento desta questão: como alimentar esta paixão? Gostaria de encontrar a solução, mas, infelizmente, é desconhecida.

Enfim, custa ser culto literário em Portugal.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Para Sempre, Talvez

Na vida há amigos e amigos. Uns são simples companheiros, outros são coloridos. Quem nunca pensou estar apaixonado por um amigo? Por vezes, é difícil distinguir o limiar entre a amizade e a paixão. Mas, algumas vezes, a paixão está à espreita.

Da infância à maturidade, Alex e Rosie sempre estiveram juntos. Na memória não existe uma vivência que o outro não tivesse partilhado. Tal como todos os jovens, pensavam que seriam melhores amigos para sempre. Os anos correm e surgem as primeiras paixões, as primeiras aventuras solitárias. 

E se os jovens crescem, também os adultos não escapam a esta realidade. Os poucos metros que os distanciavam transformam-se num oceano e a amizade sofre uma abrupta mudança. Alex vai para Boston e Rosie vê-se obrigada a permanecer na Irlanda. As conversas diárias desvanecem. A amizade escreve-se então em cartas banais e, com o passar dos dias, cada vez mais escassas.

"Para Sempre, Talvez" incita a uma reflexão sobre a verdadeira amizade. Será a distância capaz de matar uma amizade indestrutível? Será possível manter a confiança através de cartas triviais? Poderá uma ligação tão forte ser mais do que uma amizade? 

A escrita perfeitamente delineada e a história apaixonante vicia o leitor. A curiosidade precipita uma leitura rápida, tal é a vontade de conhecer o desfecho destes amigos de sempre e para sempre. Talvez. 

Iletradas
Autor     Cecelia Ahern
Publicação    2004
Editora    Editorial Presença, Colecção Champanhe e Morangos
ISBN    9789722334624