domingo, 10 de fevereiro de 2013

O Projecto White


São muitos os romances à disposição dos aficionados da leitura. Por isso, para conseguirem espantar e convencer os leitores é exigida aos escritores uma diversidade e criatividade fora do comum. Uns são bem-sucedidos, outros não. Este é um caso negativo.

O palco escolhido para uma (suposta) história de amor é a Antárctida. Edmée e Peter fazem parte de uma equipa de engenheiros que durante seis meses está em missão na terra dos glaciares. Até aqui, o livro parece prometer uma boa história.

A única mulher na equipa nasceu em França e é casada com um administrador na NASA, tendo assim um compromisso à sua espera no regresso. Peter é uma pessoa isolada, que não gosta de se meter na vida dos outros nem que se metam na sua vida.

A história retrata a normalidade, num clima de quarenta graus negativos, na base do Projecto White enquanto se conhece um pouco (muito pouco) sobre as características dos restantes membros da expedição. E pouco mais do que isto.

Durante muito tempo, Edmée e Peter trocam olhares debaixo dos óculos e vêem-se sem nunca terem uma conversa com mais de seis frases. Até que ocorre uma falha de energia. O romance despoleta e o livro chega ao fim.

A anunciada "história de amor" não existe. Tal como não se trata de um romance assombroso e assombrado como se lê no resumo do livro. Para se escrever uma história de amor não basta juntar duas personagens que não se falam e subitamente fechá-los numa tenda para que o amor "floresça".

"O Projecto White" defrauda as expectativas, uma vez que não retrata qualquer história de amor e pode até ser vista como uma traição por parte da personagem feminina. Este romance não possui uma história interessante e cativante. Uma perda de tempo. Uma desilusão.  

Iletradas
Autor     Marie Darrieussecq
Publicação    2008
Editora    Edições Asa
ISBN    9789892300276

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