quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Uma Conspiração de Estúpidos

Ignatius Reilly é um jovem licenciado e mestre que passa o dia em casa a criticar o mundo que o rodeia, inclusive a sua própria mãe. Sem olhar para as suas próprias falhas (a obesidade, por exemplo) coloca defeitos em cada gesto ou até numa simples palavra.

Irene, a mãe do protagonista, tem um acidente de viação após ter bebido uns copos e vê-se obrigada a pagar uma indemnização sem meios económicos para tal. Desta feita, é Ignatius quem vai trabalhar para sustentar a casa. Contrariado e demasiado preocupado com a sua visão do mundo, o jovem destrói cada oportunidade de emprego que lhe é oferecida.

Entretanto, a mãe, que sempre se trancou em casa, começa a sair com Mr. Mancuso, um agente policial que se disfarça para apanhar criminosos, e Santa, uma idosa com mentalidade rejuvenescida. A cada dia, Irene fica mais revoltada com a atitude egocentrista e manipuladora do filho. Para piorar (ou melhorar) a situação, os seus novos amigos tentam convencê-la de que o melhor a fazer é internar Ignatius.

Lana Lee, Jones, Darlene e Claude completam a panóplia de personagens que preenchem a vida de Ingatius e que, incrivelmente, no final têm bastante em comum.

Ignatius representa o estereótipo de geração jovem indiferente às exigências da sociedade. De ideias fixas e mentalidades fechadas, a manipulação e a mentira são os pilares de uma vida repleta de irresponsabilidades e catástrofes intencionais.

Será demais afirmar que a história de Ignatius é um auto-retrato dos verdadeiros sentimentos de John Kennedy Toole? Será esta narrativa um prenúncio do suicídio que ocorreria mais tarde? Nunca saberemos. O que podemos afirmar indubitavelmente é que o autor deixou um legado pequeno, mas de um valor incalculável.

Iletradas
Autor     John Kennedy Toole
Publicação    1981
Editora    Terramar
ISBN    9788461257294

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