sábado, 18 de junho de 2011

A Tia Julia e o Escrevedor

Muitos críticos defendem que para conquistar um Nobel é necessário existir uma pitada de excentricidade, alienação e até loucura. Este é um caso de loucura sem extravagância.

Varguitas é um jovem que, inevitavelmente, se apaixona pela sua Tia Julia. A paixão consuma-se inicialmente longe dos olhares da família, mas aos poucos é conhecido o segredo das frequentes idas ao cinema. Ingenuidade e maturidade confundem-se nos actos irreflectidos de dois apaixonados.

O palco principal da história é a Rádio Central de Lima, local de trabalho de Varguitas. Nesse espaço, o jovem conhece Pedro Camacho, que, apesar de ser uma personagem secundária, assume um papel crucial na representação da loucura e insanidade. Numa época em que a Rádio informava, entretinha e criava sonhos, Camacho ficciona novelas sonoras com personagens singulares. A pouco e pouco, Camacho mistura todas as suas histórias e indigna os seus ouvintes.

Esta história desperta  a reflexão sobre o amor entre familiares e em idades distintas. Esta aventura desmedida é construída na própria consciência do leitor. Um livro de leitura difícil, mas recomendável, não fosse digno de Nobel.

Iletradas
Autor     Mario Vargas Llosa
Publicação    1988
Editora    Dom Quixote
ISBN    9789722043304

1 comentário:

  1. O livro é excelente.
    Para mim, o duplo sentido nas trocas das personagens nos folhetins de Camacho ajuda e muito a tornar este livro numa autêntica obra de arte.

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